Se o sangue da guerra corre em suas veias e a melodia ecoa em sua alma, ent?o prepare-se para uma experiência única! Este capítulo é mais do que palavras—é ritmo, emo??o e história entrela?ados em um espetáculo épico.
A música a seguir é a mesma entoada neste capítulo, trazendo vida ao momento. Apesar de n?o estar em seu ritmo exato, espero que consiga sentir sua essência!
Música:
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Ent?o deixe seu comentário, compartilhe suas ideias e, quem sabe, sua sugest?o pode ser a próxima can??o a embalar a história de A Eternidade de Ana!
“ó, guerreiros, sintam o ar, t?o doce e amargo,
Um perfume de ferro, fuma?a e trago.” ??
As primeiras guildas come?aram a entrar pelo sal?o. Suas cores vibrantes contrastavam com o ambiente destruído, mas a desordem de seus trajes e armaduras rasgadas contava uma história de guerra. Escudos arranhados e amassados, elmos partidos, capas manchadas de sangue e lama. As diferentes bandeiras, com seus estilos únicos, misturavam-se em uma cacofonia de visuais que só aumentava a sensa??o de um mundo quebrado pela violência.
Fora do sal?o, os sons de batalha eram dispersos, mas constantes. Gritos de dor, a?o contra a?o, explos?es de manifesta??es e o som surdo de corpos caindo no ch?o ecoavam pelos corredores e pátios do castelo. Cada som era uma lembran?a de que o cerco se apertava mais a cada segundo.
“Hoje o dia é perfeito para brincar com a morte,
Cada golpe que damos é a mais pura sorte.
Em Insídia, nascida do brio e da dor,
Ergue-se um refúgio esculpido em amor.” ??
Nyx continuava a cantar, sua voz agora mais alta, como se quisesse transcender a brutalidade que a cercava. Dedilhando o alaúde com precis?o quase sobrenatural, sua música preenchia cada canto. O som flutuava entre a melancolia e a aceita??o, como se estivesse narrando um destino inevitável.
Miguel, observava ao fundo e Alex mal conseguia manter-se consciente, apoiado contra uma das paredes.
Ana avan?ava com sua longa lan?a, atravessando inimigos enquanto liderava seus guerreiros.
“Entre sombras e luz, avan?amos ao céu,
E no calor da batalha, seu hino se deu.” ??
Seu corpo doía. Cada músculo parecia gritar contra o esfor?o, e seus movimentos n?o eram t?o rápidos quanto poderiam ser.
Mas ela continuava.
"N?o é o suficiente... Nunca é o suficiente."
Cada inimigo abatido era uma vitória efêmera, mas necessária. A arma atravessava armaduras por cima dos ombros dos companheiros, derrubando homens com uma for?a que parecia impossível para alguém no estado em que ela estava.
“ó, guerreiros, dancem na melodia,
Cada passo um grito, cada golpe poesia.” ??
Ao seu lado, os mascarados e bestiais lutavam como uma unidade única, determinada a arrastar o maior número possível de inimigos consigo, movendo-se com uma precis?o que só a convivência em meio ao desespero poderia forjar.
A diferen?a numérica era esmagadora, mas estavam fazendo o impossível.
Os trinta guerreiros, feridos e exaustos, cobriam o ch?o com os corpos dos ca?adores inimigos em pilhas crescente. No entanto, mesmo derrubado dezenas, talvez centenas de soldados de Barueri, o fluxo de inimigos n?o parava. Para cada um que caía, outro surgia em seu lugar, como uma maré infinita.
“Pois se vamos cair, que seja com estilo,
O universo aprecia um último suspiro.” ??
Um mascarado com uma enigmática máscara tribal se jogou contra três inimigos, cortando dois deles antes de ser destro?ado por uma ma?a. Mesmo em seus últimos momentos, ele segurou o inimigo restante, permitindo que um bestial terminasse o servi?o.
A espada larga de tal bestial cortou os inimigos com facilidade, mas foi obrigado a recuar passo a passo. Quando finalmente caiu com múltiplas lan?as atravessando seu corpo, um sorriso feroz adornava seus lábios, aceitando seu destino de cabe?a erguida.
Ana riu em meio a narra??o contraditoriamente suave da música, que parecia acompanhar o ambiente. Sua vis?o come?ava a emba?ar, mas ela era quem mais tinha que se manter firme.
— N?o parem de lutar! Cada um de vocês vale mais do que eles. Mais for?a. Mais alma.
Seus gritos eram abafados pelo som da batalha, mas seus guerreiros ouviam. Eles respondiam com rugidos de guerra, movidos por algo maior do que a sobrevivência — o desejo de fazer história, de transformar sua derrota em algo memorável, de salvar o restante de seu povo.
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Em meio às ordens, a rainha trope?ou por um instante, o peso do cansa?o alcan?ando-a novamente. Pensou em ficar ali mesmo, mas ao olhar ao redor, viu seu povo ainda lutando, e for?ou-se a levantar.
“Com um triste sorriso, canto à memória,
De corpos no ch?o e sua breve história.
Cada morte é única, cada fim um troféu,
Hoje vocês s?o artistas no palco do céu” ??
Os bestiais caíam um a um, mas nenhum deles permanecia deitado por muito tempo. A melodia, t?o suave quanto hipnótica, os trazia de volta à dan?a macabra da batalha.
Os olhos vazios dos mortos reanimados n?o tinham vida, mas seus movimentos carregavam uma selvageria sombria, com cada gesto uma lembran?a do que eles foram em vida. N?o eram apenas os bestiais: os demais corrompidos e soldados de Barueri também se erguiam, balan?ando suas armas em movimentos desleixados.
“Avan?am os puros com armas em punho,
Mas nós gargalhamos: Que dia oportuno!” ??
Ana, observando tudo enquanto lutava, n?o podia deixar de notar a tristeza da cena. Amigos e inimigos, agora indistinguíveis, voltavam a lutar em uma ópera sangrenta, todos parte de uma coreografia grotesca ditada pelo som do alaúde de Nyx.
Ainda assim, tal cena trazia um toque de luz.
Por um momento, todos pensaram que a maré da batalha poderia virar. Quanto mais mortos havia no sal?o, mais guerreiros de Insídia nasciam.
Era uma cena com algo fascinantemente trágico.
“O caos tem cores, é quase impressionista,
Vamos morrer? Sim. Mas fa?amos como artistas.” ??
Nyx, com um sorriso melancólico, ergueu a voz, a melodia ganhando um tom teatral.
Foi quando aconteceu.
Seus dedos erraram uma nota. A melodia vacilou por um breve instante, mas após um profundo arfar, Nyx voltou a tocar.
Sua voz antes poderosa agora come?ava a diminuir. Sua pele escura estava seca e com uma estranha palidez, e seus músculos pareciam murchar, como se a própria música estivesse sugando sua vida.
Ana percebeu que esse provavelmente era o fim.
Aproveitando suas pernas que mal a mantinham em pé, deu alguns passos para trás, voltando a sentar-se atrás da barda. Sem dizer uma palavra, a rainha mascarada envolveu Nyx em um abra?o, puxando-a levemente para trás, como se quisesse protegê-la da inevitável queda.
“ó, guerreiros, o campo é o palco da dor,
Mas também da coragem, do amor, do fervor.
Lembrem-se das festas, das risadas ao sol,
Dos banquetes, das lendas, do velho arrebol.” ??
O cantico agora era apenas um sussurro. Sua música ainda movia os corpos ao redor, mas o pre?o estava visível em cada linha de seu rosto.
Em um inesperado desespero, Ana retirou os dois últimos frascos que tinha do cinto da barda e os inseriu nos encaixes da armadura. O líquido foi absorvido rapidamente, mas o efeito foi mínimo.
Nyx apenas riu fracamente.
— N?o vai adiantar, Ana... Só estamos adiando o inevitável.
Ana apertou os bra?os ao redor dela, apoiando o queixo em seu ombro em uma respira??o pesada.
— Eu n?o vou deixar você desaparecer aqui. Podem n?o acreditar, mas você é mais importante para Insídia do que qualquer um de nós. Você trouxe sorrisos pra vida de merda que todo mundo estava levando.
Nyx virou a cabe?a, os olhos cansados, mas ainda brilhando com uma familiar faísca de humor.
— Ah, rainha mascarada… Poesias desse tipo s?o repletas de mentiras.
“E se o inimigo parecer invencível,
Ao menos fa?amos o fim inesquecível.” ??
Ana fechou os olhos por um instante, deixando a melodia se infiltrar em seus ossos. Quando os abriu novamente, sua determina??o era quase palpável.
— Tá, você era só uma parasita pra cidade. Mas era divertida o suficiente pra ninguém se importar.
Nyx sorriu, um sorriso triste e cheio de resigna??o.
— Foi a melhor fase da minha vida! — exclamou fracamente. — Ana… Meu último show foi… Medíocre?
— Bem, eu preferia ter apreciado ele do banco de um teatro…— resmungou a rainha. — Mas como bem sei, você adora finais dramáticos. Fez um ótimo trabalho, Nyx.
“Cada golpe que damos é cheio de emo??o,
E se falharmos, que falhemos com paix?o.” ??
Nyx dedilhou as últimas notas, sua voz reduzida a quase nada. E ent?o o alaúde escorregou de suas m?os.
Antes que ele atingisse o ch?o, Ana o pegou em um movimento rápido, segurando-o com firmeza. Seus olhos, que haviam sido t?o cansados momentos antes, estavam agora arregalados.
“Rimos no caos, vozes quase insanas,
‘N?o se preocupem, meus caros, a morte é bacana.’
Ela chega serena, às vezes até com humor,
Um ‘olá’ discreto, um ‘adeus’ com sabor.” ??
Ana olhou para Nyx, cuja respira??o estava cada vez mais irregular, mas n?o parava de cantar. Por um momento, parecia que iria desistir ali mesmo, mas, com um sorriso fraco, ela ergueu a cabe?a.
— Apenas um pequeno deslize... Agora é sua vez, rainha.
Ana encarou-a por um instante. A Sombra, sempre t?o altiva, parecia minúscula agora, com um corpo t?o magro que mal preenchia a armadura organica, a qual come?ava a se soltar de seus bra?os com suas raízes completamente podres.
A mercenária hesitou por um momento, mas, sem tirar a mulher de seus bra?os, ajustou o instrumento. Tocou as cordas com cuidado, com movimentos de um tempo t?o distante que, se n?o estivessem gravados em sua carne, talvez n?o conseguisse fazer.
Ela respirou fundo, e logo come?ou a tocar.
A música era diferente da anterior, mas estranhamente semelhante. Cada nota parecia puxar algo de dentro de seu corpo, algo que ela n?o sabia que ainda carregava. Era como se o alaúde estivesse conectado ao seu amago, sugando fragmentos de sua essência sombria e os transformando em melodia.
Seu cora??o come?ou a pulsar t?o forte que doía, e sua dupla seguiu o ritmo o melhor que podia.
“ó, guerreiros, dancem na valsa final,
Com passos firmes, no ritmo triunfal.” ??
A rainha mascarada sentiu-se estranhamente conectada aos mortos ao seu redor. Podia ouvi-los. N?o apenas o som de suas armas ou passos, mas seus sussurros, suas vozes. Cada um deles carregava uma história, um eco de quem foram em vida.
Nyx, sorria enquanto segurava o pulso de Ana, ainda fornecendo um pequeno fluxo de sua mana reversa para alimentar o espetáculo.
Mas seu corpo estava desmoronando.
Ana continuava a tocar, agora totalmente imersa na música. Cada nota parecia uma extens?o de sua dor, de sua raiva, de sua determina??o. Feliz, Nyx se apoiou ainda mais na rainha.
“Pois a guerra é arte, e nós, artistas do fim,
Escrevemos a história, em vermelho e marfim.
E quando cairmos, aos bra?os de Ana,
Ela sussurrará: ‘Bem, que cena bacana.’” ??
— Eu n?o lembro de ser t?o cruel para dizer algo assim — murmurou Ana, sem parar de tocar. — Mas se for pra pensar em termos de melhores mortes… Bem, realmente é uma morte bacana.
Nyx riu suavemente, mas a risada rapidamente se transformou em uma tosse intensa. Ela fechou os olhos por um instante, mas logo os abriu novamente, sua express?o tranquila. Com um movimento que parecia impossível para seu estado, ela ergueu uma das unhas afiadas e come?ou a tra?ar um círculo em seu próprio peito.
Ana observou horrorizada quando o fino filete de sangue come?ou a fluir.
— O que você está fazendo?!
A barda n?o respondeu.
“Lutem, guerreiros, e fa?am o universo rir,
Pois a morte é o clímax que nos faz existir!”??
Sua unha cortava a pele murcha e desgastada, como se seu corpo já estivesse há muito além do ponto de vida. N?o demorou para um horrível buraco surgir em seu peito.
Impedindo que Ana a parasse com um pequeno gesto, Nyx lentamente retirou seu cora??o.
Era algo preto como uma noite sem estrelas, e tal como seu corpo, parecia que iria se desfazer a qualquer momento. Ela o segurou com cuidado, como se fosse algo sagrado.
— Nyx, você n?o precisa fazer isso. Eu... Eu dou um jeito.
Nyx sorriu novamente, olhando para Ana com uma ternura além do normal.
— Eu quero continuar a existir. N?o como uma memória. Quero que você me carregue, assim como carrega aquela pequena coletora.
Ana balan?ou a cabe?a, os olhos marejados.
— Deixa de bobeira. Você ainda pode lutar. Você ainda pode estar aqui.
Nyx tocou o rosto de Ana com sua m?o trêmula.
— Eu tive uma boa vida. Longa e bela. Eu morri da melhor maneira que alguém poderia morrer, Ana... Lutando pelo que eu acreditava, ao lado das pessoas que amo. Isso... é mais do que suficiente para mim.
Finalmente, após incontáveis anos, Ana n?o conseguiu segurar. Uma única lágrima escapou, escorrendo por seu rosto enquanto ela segurava a barda ainda mais perto.
— Por favor. N?o faz isso comigo.
— Você chorando por mim? Isso é... quase engra?ado.
Ana fechou os olhos, apertando os lábios.
— Você sempre teve um talento para me irritar, até no fim.
Nyx riu, uma risada fraca, mas cheia de satisfa??o.
“Agora, sob as estrelas, o reino renasce,
Na memória daqueles cuja coragem n?o passa.
O canto da barda, em nota e ora??o,
Torna Insídia eterna em cada cora??o.” ??
A Sombra olhou para o cora??o em sua m?o e estendeu-o novamente para Ana.
— Me leve com você…
Suas últimas palavras se misturaram à melodia. Pareciam pairar no ar, como se ecoassem nos núcleo de todos os presentes.
Já n?o havia vida vinda da barda, e seu corpo cedeu completamente nos bra?os de Ana. Outra lágrima escapou enquanto a rainha segurava o corpo inerte.
Ana ent?o fechou os olhos, engoliu em seco, e, resignada, levou o cora??o aos lábios.
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