Capítulo 15 — "O Peso Que Eu Carrego em Silêncio"
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O vento frio cortava a madrugada como navalha.
King mantinha o olhar à frente, a express?o serena, quase entediada.
Mas por dentro… tudo estava em ruínas.
O sonho ainda queimava na memória como se fosse real: Yuki caída no ch?o… o sangue… a katana cravada em seu peito…
E aquele maldito papel flutuando no ar:
"Katana afiada que vai ceifar sua vida."
Mas ele n?o podia falar.
N?o com ela.
Quando tentou… a garganta ardeu. Sangue escorreu de sua boca.
Como se o próprio universo o proibisse de alertar sobre o que viu.
Ent?o ele decidiu…
Se esconder.
Fingir que estava tudo bem.
Ele limpou os lábios com descaso, virou de costas para a dor e caminhou.
Mas Yuki…
Ela sentia.
Sentia mais do que deveria.
Por mais que King fingisse, o toque dele, o jeito que seus olhos n?o encaravam os dela…
Tudo gritava que algo estava errado.
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E naquele momento… ela n?o aguentou mais.
Ela o puxou para um abra?o, forte, quente… e desesperado.
King tentou resistir.
King (tentando rir, voz baixa):
“Vai me agarrar aqui no meio da floresta? Que vergonha, hein…”
Mas sua voz tremia.
Yuki (chorando sem fazer barulho):
“Você n?o precisa fingir comigo…”
King cerrou os punhos.
Ela estava certa.
Mas ele n?o podia ceder.
King:
“Eu sou o King. Eu n?o quebro. Eu n?o caio.”
Mas Yuki apertou mais forte, como se estivesse segurando um peda?o dele que estava desmoronando por dentro.
Ele suspirou.
E, pela primeira vez naquela noite… deixou-se abra?ar.
Só por um segundo.
Só o suficiente pra n?o desmoronar.
Depois, ele se afastou, voltou à express?o debochada de sempre e deu um beijo demorado na testa dela.
King (voz rouca, ainda carregando a dor):
“Vamos continuar investigando esse lance do seu passado…”
Yuki tentou protestar, mas ele já tinha virado de costas, caminhando.
Por mais que ela tentasse puxá-lo de volta… ele era uma tempestade em movimento.
Mas o universo n?o ia deixar que aquilo terminasse em silêncio.
Poucos metros à frente… algo brilhou no ch?o.
Um símbolo antigo, cravado numa pedra coberta de musgo.
Yuki se ajoelhou, tocando o símbolo.
Era idêntico ao que ela carregava no colar desde crian?a.
Um kanji quase ilegível… mas familiar.
Yuki (surpresa):
“King… isso… isso tem liga??o com o cl? da minha m?e…”
King se aproximou, ainda calado, observando com frieza.
Mas algo no símbolo lhe deu calafrios.
Aquela energia…
Aquela energia astral…
Ele sentia que aquele lugar guardava mais do que segredos.
Guardava avisos.
King (sussurrando para si):
“Algo aqui foi deixado pra mim também… eu sei.”
Do ch?o, uma pequena luz azul come?ou a emergir.
Yuki se afastou, assustada.
King ficou parado, firme, encarando o brilho.
E ent?o…
Uma voz sussurrada, antiga, sagrada, ecoou nos ouvidos dos dois:
Voz feminina:
“Filha da neve... Filho das sombras… o destino de vocês já foi escrito.
Mas mesmo o destino… pode sangrar.”
Yuki arregalou os olhos.
King apenas apertou o punho, engolindo em seco.
O brilho cessou.
Yuki tremia.
Yuki:
“Essa… essa voz… parecia com a da minha m?e…”
King (sério, pela primeira vez sem ironia):
“Se for mesmo… ent?o ela nos deu uma pista.
E talvez… um aviso também.”
Ela olhou pra ele, ainda assustada.
Mas ele… ele apenas estendeu a m?o.
King:
“Se você for até o fim… eu vou com você.
Mas se essa verdade te quebrar…
Eu vou estar lá pra te reconstruir.
Entendeu, princesa?”
Yuki hesitou.
Depois, pegou a m?o dele.
Eles seguiram adiante…
Dois peda?os de um destino quebrado, colados por la?os invisíveis.
Mas atrás do sorriso frio de King…
Ainda havia o gosto do sangue.
A lembran?a do futuro.
E a certeza de que, quando tudo desmoronar…
Ele vai estar pronto pra arrancar o destino pelo pesco?o.
Nem que isso custe… a própria alma.
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Fim do Capítulo