N?o devemos nos enganar. A beleza n?o traz em si a bondade, a inteligência e o pensamento ordenado, como o mal n?o traz em si a feiura, a falta de inteligência e a pressa inconsequente.
Lázarus e Ariel abriram os bra?os para receber os anjos. Eram sete deles, com Safiel à frente.
Assim que desceram havia aqueles sorrisos magníficos e luminosos nos rostos, e Ariel se sentiu imensamente feliz por recebe-los ali, em Par Adenai, que agora também chamava de sua casa.
Na grande varanda uma ampla mesa redonda, repleta com terrinas de mel e p?es e frutas de várias partes do mundo, além de jarros com vinho, cerveja, sucos e, como n?o poderiam faltar, o apreciado hidromel e as compotas de ambrosia.
Logo Ariel, FlorDoAr, sol e Absinto, o velho anci?o do conselho, surgiram do interior do prédio, visto que Ariel fizera quest?o de lhes mostrar a casa. Após os cumprimentos todos se ajeitaram nos parapeitos e nos bancos de pedra estrategicamente dispostos na varanda.
- Agora tem escadas internas – riu Lázarus com orgulho.
- Notamos – riu FlorDoAr. – Ainda bem, n?o é Ariel? Você nem mesmo precisou trazer a gente aqui para cima – riu satisfeita.
- Tudo evolui – riu Safiel, sentando-se num dos bancos de pedra, de frente para a ampla vis?o das Planícies Largas. – Ainda mais agora, que vocês est?o juntos – congratulou.
- N?o era sem tempo... – espetou FlorDoAr. – Acho que estavam demorando demais...
- Tempo certo – declarou Lázarus, o rosto alegre e juvenil, olhando com carinho para Ariel.
– Ora, está estendendo seu jardim? – Safiel perguntou gratamente surpreso, vendo que a planície estava um pouco diferente da outra vez em que visitara Lázarus.
- Ah, sim! Ela estava bem acanhada. Está ficando boa?
- Sim, está ficando muito bom o seu trabalho – parabenizou. – Vai subir alguns morros? Estou vendo que apontou um...
- Sim, acho que sim. E vou trazer um rio e córregos também – falou pensativo, como se estivesse vendo como iria ficar.
- Que bom, Lázarus. A mente se ocupar de coisas assim é muito revigorante – sorriu satisfeito. – E onde está o seu, Ariel. O do Lázarus é muito seco para eu acreditar que você o está ajudando.
- Ah, você vai fazer um jardim, tia? Eu posso ajudar? – Sol pediu tomada de energia, levantando a m?ozinha direita.
- Mas é claro que pode, meu bem – riu Ariel. – Olhem ele lá – apontou para o monte mais à direita para os lados do mar, onde se viam algumas constru??es no meio de uma floresta que o coroava, perto de um largo córrego que de lá se precipitava.
- Eba... Vai ser muito legal.
- Sempre que vier aqui me visitar, a gente pode ir mexer lá, o que acha?
- Vou adorar, tia. Podemos ir lá agora?
- N?o, agora n?o, filhinha – intrometeu-se FlorDoAr. – Agora estamos com todos nossos amigos aqui. Quer deixar eles sozinhos?
- é claro que n?o, m?e. Mas, quando der a gente vai lá, tia?
- Claro que sim, minha querida.
Lázarus deu um sorriso disfar?ado, ao ver que a aten??o da menina acabara de se deslocar para os doces e sucos sobre a mesa, que agora examinava com aten??o e desejo.
- Eu tenho certeza de que o dela vai ficar muito mais bonito que o seu, Lázarus. Você vai ter que caprichar mais. Ainda mais agora que Ariel vai ter ajuda. Duas contra um – riu.
FlorDoAr riu, balan?ando a cabe?a para Safiel.
- Mas, você é um anjo bem malandro, n?o é mesmo? Vai querer que o Lázarus se mate de trabalhar no jardim?
- E n?o sou? – sorriu feliz.
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De repente, tudo se modificou, com vários drag?es voando ao lado da varanda.
Sol correu alucinada para a varanda, acompanhada de todos os outros, atento aos animais, que se revolviam no ar, como se estivessem cumprimentando cada um que estava ali.
Após o último deles se distanciar Sol deu um grito e correu para a direita, onde dois gigantes azuis, acompanhados de um pequeno filhote branquinho parecia aguardá-los.
Foi uma festa, com todos se agarrando ao filhote, que corria e fingia rugir, quando n?o grudava em alguma veste e puxava alguém para o lado.
Depois que apresentaram o filhote para os da casa, a m?e pegou com muito cuidado o filhote com a boca e se lan?ou suavemente para cima, todos voltando para o ninho.
Havia alegria e paz em todos, quando se ajeitaram novamente nos bancos de cadeiras da varanda.
– Bem, mas vamos lá! é sobre a guerra, Lázarus, que nos convidou? – quis saber Safiel, confortavelmente se instalando numa cadeira de almofada de painas recém-colhidas instalada à mesa.
- Sim, é sobre a guerra que está para se abater sobre esse mundo. O que sabe sobre ela? – perguntou conduzindo também os outros para a mesa central.
- Minha nossa – gritou FlorDoAr espantada, correndo para a mesa.
Ariel n?o se aguentou e riu muito, junto com todos os outros.
Sol tinha um copo na m?o, e os olhinhos estavam um pouco tortos.
> Mas, hidromel, Sol? – reclamou FlorDoAr tirando de suas m?os o copo, já totalmente vazio.
- é, essa realmente é NuvemEscura. Ela era doída por hidromel – reconheceu Ariel.
- Há alguma outra coisa que sua amiga gostava, que poderia partilhar comigo? – perguntou FlorDoAr tomando Sol no colo e deitando-a num lectus, próximo a eles. T?o logo foi deitada no móvel a menina apagou de vez.
- Ela também gostava de cerveja – riu Ariel, junto com os outros.
- Ent?o, vou ter trabalho, n?o vou mesmo? – riu por sua vez, pegando a pequena coberta aos pés do móvel, com a qual a cobriu, ela nele se enrolando toda feliz. – Eu achei que vocês, como demianas e anjos, se alimentavam quase que exclusivamente de energia – espantou-se, sem demora tomando um assento do outro lado da mesa de tal forma que pudesse ficar de olho na menina, sob o olhar divertido dos outros.
- Sim, isso é verdade – confirmou Safiel. – Mas essas bebidas e alguns doces s?o famosos entre nós também. E, também temos uma outra bebida muita famosa. Já ouviram falar de café?
- N?o, n?o ouvi. é igual ao hidromel? – perguntou Absinto, curioso em como ela seria.
Ariel rapidamente entrou na residência. Quando voltou trazia uma garrafa fumegante e várias xicaras, que depositou na mesa. Um a um dela foi se servindo.
Absinto bebeu um pouco e afastou a xicara dos lábios, observando com aten??o a bebida escura e fumegante. Ent?o, de olhos fechados, saboreou novamente o café, o rosto mostrando o quanto estava apreciando a beberagem. FlorDoAr também experimentou, e logo deixou sobre a mesa, mostrando que n?o apreciara muito.
- Tem que sentir – ensinou Ariel. – N?o engula, n?o beba depressa. Aprecie, minha amiga.
Safiel, Lázarus e Ariel se serviram, e com prazer sorveram a bebida, o que fez FlorDoAr tentar experimentar novamente.
- Estranho – falou FlorDoAr, - eu n?o tinha gostado mas, agora, até que parece interessante – declarou se mostrando satisfeita, a xícara segura entre as m?os.
- Como já sabem – Safiel retomou o assunto, t?o logo todos se acalmaram novamente, - os dem?nios se retiraram, n?o querem mais ser encontrados. Sabemos que eles est?o fazendo isso porque est?o planejando trazer a guerra para Urantia.
- Os dem?nios est?o na dianteira do planejamento, ent?o? – estranhou Ariel.
- Está sendo permitido que conduzam esses assuntos, Ariel. Olhem, se observarem bem, há muito sofrimento em Urantia, há muita maldade que se oculta, que rasteja aqui. Toda essa escurid?o precisa ser colocada à vista para que possa ser confrontada. Ent?o sim, eles est?o na dianteira. S?o eles que v?o nos mostrar o mal a ser combatido.
- Entendi – cismou Absinto. – N?o deixa de ser uma boa a??o, sendo que o mal já existe e já está aqui – falou fechando os olhos após levar à boca um pouquinho de Ambrósia.
O silêncio caiu, todos se servindo das iguarias e bebidas, os pensamentos girando sem cessar, os olhos passando por tudo como se nada vissem. O tempo transcorreu assim, lento e viscoso por um bom espa?o.
- Eu e Ariel procuramos os dem?nios, e entramos em um de seus covis – contou Lázarus rompendo o silêncio.
– Eles querem cooptar os dahrars, fazê-los lutar ao seu lado – completou Ariel.
- Os dem?nios est?o sendo muito cuidadosos com seus planos, e lan?aram muitas cortinas de fuma?a para que n?o sejam vistos e para confundir os que se mover?o contra eles. Seus cora??es est?o duros e fixos sobre essas terras, sobre toda a Mércia. Eles n?o ir?o batalhar agora, no início. Eles ir?o se guardar, esperar, e se lan?ar sobre os que sobreviverem, acaso isso aconte?a, ou sobre quem vencer nos tempos que v?o chegar e sobre o qual julgam que possuem algum controle. A verdade, meus amigos, é que eles n?o est?o tentando cooptar os dahrars – falou Safiel,
- Como? Mas nós...
- Eles n?o querem os dahrars para suas fileiras – falou Safiel com bastante calma, interrompendo Ariel. - Eles n?o confiam neles.
- Qual o plano deles, ent?o? – estranhou Lázarus.
- Ao que parece, meus amigos, a guerra está sendo planejada para ser em fases.
- E que fases seriam essas, Safiel? – perguntou Lázarus.
- Tudo leva a crer que tentar?o usar os dahrars em um primeiro momento, depois talvez uma guerra que envolva as pessoas e os homens e os nefelins, e ent?o, por último, os anjos, que ser?o combatidos diretamente por eles.
- Toda a cria??o será envolvida... – cismou FlorDoAr.
- Eles est?o procurando enfraquecer os danatuás antes da verdadeira guerra que tanto desejam – sondou Absinto, os olhos tomados de apreens?o.
- Talvez ainda demore um pouco, visto os terríveis aliados com que têm que lidar. Mas, tudo indica que isso irá acontecer. Na primeira fase, é quase certo que eles planejam lan?ar os dahrars contra todos nós. Acho que est?o esperando que eles consigam aumentar de número – sondou.
Doce em cuja receita leva ovos (*).
Móvel antigo. é como uma cama com um recosto curvo de madeira na cabeceira.