Com um movimento em alta velocidade, Ana plantou um dos pés com for?a no ch?o, girando o corpo para criar impulso. Ficando de costas para Natalya, ela pisou com for?a no pé da oponente, prendendo-a no lugar.
O impacto ressoou como um trov?o abafado, arrancando um grunhido de surpresa da Colecionadora. Antes que Natalya pudesse reagir, Ana completou o giro, subindo o cotovelo em um arco devastador que acertou a lateral de sua cabe?a com precis?o brutal.
O som do golpe foi seco, um baque que, apesar de poderoso, a fez apenas balan?ar ligeiramente. O brilho momentaneo de choque em seus olhos foi seguido por uma express?o de irrita??o e respeito. Um largo corte em sua testa come?ou a sangrar, escorrendo lentamente e se misturando ao suor que cobria sua pele.
Natalya levou a m?o à cabe?a, tocando o local machucado e sentindo o incha?o pulsar. Ela cuspiu um pouco de sangue no ch?o e, com um sorriso misto de dor e admira??o, parou novamente o combate.
— Impressionante. N?o é comum esse tipo de luta física nessa merda de novo mundo. Parece que estou enferrujada pra esse tipo de combate.
Após o golpe, Ana saltou para trás, e, sem f?lego, casualmente ergueu as m?os para afrouxar os cintos que seguravam sua armadura. A pe?a, feita diretamente por ela, era de alta qualidade, mesmo com materiais comuns de sua composi??o, mas a estava atrapalhando mais do que ajudando. Assim que caiu, ressoou alto por todo o sal?o.
— N?o gosto disso — disse a rainha, bufando enquanto chutava a armadura para longe. — Me sinto presa — ela come?ou a se alongar, movendo os bra?os de forma despreocupada, logo respondendo a mulher que a encarava. — Impressionante, sim, mas as artes marciais n?o s?o muito úteis. N?o com os monstros lá fora.
Natalya riu baixinho, ajustando os óculos ensanguentados.
— Ah, se garantir nos punhos nunca é algo inútil. Torna as coisas muito mais memoráveis.
Ana revirou os olhos, balan?ando as m?os como se descartasse a ideia. Ao abaixar para tocar os pés, um gemido escapou.
— Ai, ai, ai… — erguendo-se lentamente, Ana levantou a camisa, revelando um enorme hematoma roxo e amarelo que se estendia pelas costelas. — Merda, nem sei quando isso aconteceu — resmungou, rindo brevemente antes que o riso se transformasse em outro arquejo de dor.
Rasgando as partes já destruídas de suas roupas, Ana examinou os pequenos cortes e hematomas espalhados pelo corpo. Passou um pouco de saliva sobre os ferimentos menores, franzindo a sobrancelha ao pressionar os mais doloridos.
— Você sente quando encosta nas partes amassadas? — perguntou abruptamente, apontando para os sulcos metálicos visíveis no torso de Natalya que foram expostos ao serem atingidos pelos golpes da lan?a.
Natalya ergueu uma sobrancelha, perplexa pela pergunta, mas decidiu seguir o roteiro imaginário da situa??o.
— N?o exatamente. Mas posso sentir a press?o do local. é inc?modo.
Ana bufou, cruzando os bra?os com uma express?o indignada.
— Só inc?modo? Isso é completamente injusto!
Tudo que a Colecionadora p?de fazer foi rir em resposta. Enquanto balan?ava a cabe?a. Inconformada, chacoalhou os bra?os, e as novas laminas, que mal havia utilizado, emitiram um pequeno estalo, desacoplando-se. O som do metal rangendo entre seus dedos ecoou no silêncio momentaneo, seguido pelo som das pe?as atingindo o solo.
— Vejo que está levando mais a sério agora, ent?o te acompanharei — Natalya moveu os bra?os, girando os ombros para aliviar a tens?o. — Já estava na hora de acabarmos com isso.
Com o rosto sério, ela deslizou o pé esquerdo para trás, dobrou os óculos com um movimento lento, quase ritualístico, e os colocou cuidadosamente na beirada do trono que convenientemente estava ao seu lado. Seu corpo come?ou a emitir um chiado sutil, uma sinfonia mecanica que aumentava em intensidade aos poucos. A mana circulava em alta velocidade por cada fibra artificial de seu corpo, fazendo os músculos metálicos se enrijecerem e relaxarem em um ritmo controlado e inumano.
Abriu e fechou as m?os, estalando os dedos como um tipo de aviso. Movia-se de um lado para o outro em pequenos saltos, o som ritmado de seus pés ecoando pelo sal?o como um prelúdio para o que estava por vir. Ent?o, em um movimento deliberado, inclinou a cabe?a e estalou o pesco?o. O ruído seco cortou o silêncio, sobrepondo-se à respira??o ofegante das duas combatentes.
Ana observava a cena com um sorriso exausto e ir?nico. Seus olhos brilhavam com uma mistura de desafio e expectativa. Com um movimento casual, cuspiu no ch?o, deixando uma mancha escura de sangue misturado com saliva.
— A famosa fase perigosa do chef?o! — exclamou ela, sua voz carregada de humor, apesar do cansa?o evidente. — Você parece uma pessoa completamente diferente assim. Gosto mais desse estilo!
Endireitando-se com esfor?o, ela soltou uma pequena risada, antes de prosseguir sua fala.
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— Da última vez, lembro de n?o ter conseguido revidar sequer um golpe — ela estalou os dedos, e em seguida inclinou a cabe?a para os lados, provocando um estalo audível no pesco?o, imitando a prepara??o de Natalya. Um espiral de manas fundidas come?ou a atravessar o interior de seu corpo, e seu sorriso se alargou. — As coisas s?o diferentes agora. Você vai ver.
Sem mais conversa, se lan?ou para frente. A luta agora era um confronto direto, corpos forjados para sobreviver a qualquer custo se entrela?aram.
O primeiro ataque veio como uma rajada de vento. Natalya avan?ou com um soco direto, o movimento t?o rápido que o ar assobiou ao redor de seu punho. Ana mal teve tempo de reagir. Ela inclinou o corpo para o lado, mas n?o o suficiente — o soco passou raspando pela sua sobrancelha, abrindo um corte profundo que se estendeu pela lateral de sua cabe?a. Um pequeno triangulo da borda de sua orelha esquerda foi arrancado, o sangue escorrendo imediatamente.
Aproveitando a esquiva incompleta, Ana se abaixou ainda mais, escapando por de um gancho de esquerda que passou acima de sua cabe?a. Enquanto a Colecionadora ajustava a postura para um novo ataque, a rainha girou o corpo, desferindo um chute rasteiro que atingiu a lateral da panturrilha metálica.
Naralya reagiu com velocidade, aproveitando a iminente queda sobre um joelho para girar para trás enquanto socava onde Ana estivera momentos antes. Mas a mercenária já estava no ar, torcendo sua perna direita em um arco rápido que quase atingiu mais uma vez a lateral da cabe?a de Natalya. A Colecionadora abaixou-se, mas o golpe passou t?o próximo que o vento deslocado fez seus cabelos se agitarem. No entanto, Ana aproveitou a rota??o perdida do chute para dobrar os joelhos e lan?ar o calcanhar em dire??o ao peito de a?o.
O impacto foi intenso, mas. Natalya absorveu o golpe, recuando dois passos enquanto ajustava a postura. Seu torso metálico suportava a for?a, apesar da for?a dispersa reverberar por suas juntas.
Sem hesitar, a mulher mecanica avan?ou novamente. Desta vez, a postura era mais baixa, os punhos protegendo o rosto enquanto encurtava a distancia com pequenos passos rápidos. Chegando próximo o suficiente, deu dois precisos socos que se moviam como pist?es. O primeiro golpe foi direto ao rosto de Ana, que conseguiu desviar com um leve movimento de cabe?a. O segundo, no entanto, foi certeiro: um poderoso soco acertou seu fígado, dobrando seu corpo em um arquejo de dor.
Antes que a rainha pudesse reagir, Natalya aproveitou a abertura. Seu cotovelo subiu em um arco poderoso, acertando o maxilar de Ana com for?a suficiente para fazê-la cair para trás, batendo as costas contra o ch?o. A dor era excruciante, e o gosto metálico de sangue preencheu sua boca.
Sem ceder, Ana aproveitou a posi??o, plantando uma das m?os no ch?o e girando o corpo em um movimento feroz. Suas pernas dispararam como armas, o primeiro chute lateral sendo bloqueado pelo antebra?o metálico de Natalya, enquanto o segundo, um golpe rotativo, for?ou a Colecionadora a recuar para evitar ser atingida.
Apenas n?o esperava que seu tornozelo seria agarrado em meio ao movimento.
— Ainda n?o é forte o suficiente…
Com um pux?o poderoso, Natalya girou Ana no ar, lan?ando-a ao ch?o do outro lado de seu corpo. O impacto foi violento, o som surdo de carne e osso colidindo com pedra ecoando pelas paredes.
Antes que Ana pudesse reagir, Natalya desceu o punho como uma marreta, mirando diretamente o rosto da mercenária. Ana levantou o antebra?o no último instante, bloqueando o golpe. Mas a for?a foi t?o brutal que o impacto percorreu todo o seu bra?o, deixando-o entorpecido e quase inútil, mesmo estando protegido pela resistente armadura organica.
Ainda assim, ela n?o desistiu. Aproveitou o sorriso vitorioso que Natalya ostentava para cuspir uma onda de sangue diretamente no rosto dela.
A distra??o foi efetiva, resultando em um movimento ágil onde Ana agarrou o bra?o de sua oponente, prendendo-o contra o próprio corpo. Girando os quadris com for?a, ela projetou a Colecionadora para o lado, fazendo sua cabe?a atingir uma das colunas que adornavam o local.
Natalya caiu com for?a, mas n?o perdeu tempo. Seus olhos brilharam com determina??o enquanto torcia o corpo no ch?o, usando a for?a das pernas metálicas para se lan?ar de volta em pé com um chute ágil e fluido.
Mas sem dar tempo para sua oponente terminar de reajustar a postura, Ana saltou para frente, acertando a testa dela com a sua própria, um movimento arriscado que fez as duas voltarem ao ch?o ao mesmo tempo, com a dor pulsando através de seus cranios.
Foi ent?o que Ana avistou sua lan?a-espada, ainda repousando onde a havia deixado. Sem hesitar, ela rolou em dire??o à arma, agarrando-a. Girou-a no ch?o em um arco amplo, a lamina for?ando Natalya a pular para evitar o corte.
— Trapaceira — grunhiu a Colecionadora, aterrissando e se lan?ando diretamente em dire??o a Ana.
— Eu nunca disse que ia usar apenas as m?os. Você é feita de a?o, porra! — rebateu Ana, o sarcasmo misturado com exaust?o.
Natalya estreitou os olhos, o sorriso anterior desaparecendo completamente.
— ótimo.
Com uma postura amea?adora, Natalya avan?ou com uma express?o agora fria, implacável. Enquanto se aproximava, viu o punho de Ana disparar em sua dire??o. Ela podia desviar — mas escolheu n?o fazê-lo.
O golpe de Ana acertou o lado de seu torso metálico com for?a suficiente para esmagar o metal, e o som seco foi acompanhado pelo rangido de pe?as entortando, mas Natalya n?o se moveu.
Ao invés disso, simultaneamente ao ataque que a acertou, ela estendeu a m?o livre e a posicionou diretamente contra o peito da mulher mascarada.
Um som cortante e ensurdecedor reverberou pelo ambiente: um disparo.
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